quarta-feira, 14 de setembro de 2011

SEXISMO


Todos sabem que racismo - de modo simplista - é a forma de pensar e agir que atribui superioridade de uma raça sobre outra. Ok.
Alguns sabem que há especismo também, e que significa presumir que haja espécies superiores a outras a ponto de controlá-las e determiná-las em sua própria existência. Ok.
E o que menos ainda sabem, é o termo sexismo, ideias que atribuem mais direitos a um gênero do que a outro. (Definição do Wikipédia) Ok?
Não, nada ok.

Foi só eu retomar minhas pesquisas para meu TCC - relacionado ao feminismo - que já me borbulha o cérebro com as coisas que vejo... Eu fico perplexa com a quantidade de idiotas que existem ainda por aí, capazes de perpetuarem essa guerra dos sexos dos infernos em que nunca terá um vencedor... E não falo só dos homens e mulheres machistas (é meu bem, tem muita mulher machista por aí também, é de arrepiar!) mas das que se dizem extremamente feministas, que acabam confundindo o sentido original da luta de direitos iguais e acabam buscando revanche de querer subjulgar o homem...
Mas o que mais me incomoda é de fato o número de machistas do século XV, pois são maioria por aí e vivem soltando todo tipo de ofensa e preconceito com o peito estufado, como se fosse uma verdade absoluta... E as bizarrices são tão ultrapassadas, que chega a ser cômico (se não fosse sério) ver que têm homens e mulheres aí jurando de pé junto que homem é o provedor da casa, mulher é responsável pela casa e os filhos, e que se você pede pro namorado matar uma barata tá indo contra o feminismo... Êpa, feminismo não é presumir que ambos os sexos sejam completamente iguais e tenham que agir da mesma maneira, e sim assumir que há diferenças entre eles sim, mas que elas não devem ser usadas para favorecer ninguém de modo geral...
Por exemplo: cheguei em casa cheia com uma caixa grande e pesada do supermercado. Se eu pensar "não vou carregar isso tudo, é coisa de homem", estarei expressando diferenças nos direitos e deveres dos sexos, ou seja, uma atitude machista. Agora, se porventura eu ver que está pesada demais para MIM, e tiver alguém (seja homem ou mulher) com mais força do que eu que possa levar a caixa, pedirei sem problemas, pois não atribuí generalizadamente uma característica ao sexo X ou Y, mas pode ter sido uma questão física minha, o que também não me impede ajudar alguém - homem ou mulher - a carregar coisas se eu ver que eu dou conta.
As pessoas confundem muito atitudes tipicamente masculinas/femininas com machismo/feminismo, e faz muita merda ser dita! Tem muita coisa por aí que favorece a mulher mesmo, e não deixa de ser muitas vezes um tipo de preconceito machista, não nego e até concordo com a crítica, mas é hipócrita também criticar a generalização que algumas mulheres fazem sendo generalistas com as próprias... Deviam é ter orgulho dessas figuras que insistem em pensar como uma dona-de-casa dos anos 50, afinal, são crias suas!

Pra finalizar, um link de um dos meus blogs favoritos que aborda esses temas:
E uma tirinha genial (claro que é genial, é da Mafalda!).

domingo, 13 de março de 2011

E agora José?!






















Carlos Drummond de Andrade me fascina a cada refúgio que nele busco quando preciso. A simplicidade e genialidade que ele consegue empregar no mesmo poema é extasiante.
Poderia escolher dezenas de outras obras dele pra por aqui, pois são muitas as que me acolhem em meu íntimo, mas hoje, especificamente, o José que me ganhou!

É de uma angústia imensurável o sentimento de que perdeu alguma coisa que nem sabe direito o que é, mas que é algo muito valioso. Estou com uma sensação insuportável de PERDA, de que alguma coisa - seja lá o que for - está perdido por aí, bem longe de mim.

Sinto isso todas as vezes que falo com você nos ultimos dias... Você não tem sido o mesmo, alguma coisa falta, aquela pessoa maravilhosa que via os olhos brilharem, que me mimava, me dava carinho, palhaçadas e muito amor, me fazendo ter absoluta certeza de que estou no lugar certo, na hora certa e com a pessoa certa, aquele que sempre me ouvia e entendia meus problemas, aquele que teve seus ombros molhados tantas vezes por me amparar em situações dificeis, aquele que me faz querer viver...

Cadê ele, você viu por ai? O corpo dele tava ali perto de mim esses dias, mas nada mais. É desesperador isso, porque por mais que eu queira você de volta e te ame com todas as forças do meu corpo e do meu espírito, o sentimento de perda prevalece, e fico inutilmente esperando pelo seu retorno... Não gosto de quem você deixou no lugar pra te substituir, não gosto mesmo.
Volta...

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Democracia?


Vendo as notícias do país, me deparei com uma atualidade incômoda: a relação entre a Igreja Católica e o Estado. Que tipo de governo é esse que tem que se deixar intimidar por uma Instituição religiosa?

Não me entendam mal, não pretendo criticar as doutrinas religiosas de nenhuma religião, apenas expressar a relação dela com o governo. Sou católica, sim, assim como quase toda a minha família, mas tento ser o mais consciente e crítica possível com tudo, e não passou despercebido a forma coercitiva que as autoridades religiosas vem tratando o tema no país.

Um país que se regula em função de apenas uma maioria, deixando sua legislação, punição e tratamento a mercê do que determinada igreja pensa, apenas por ser a maioria, não faz muito sentido. Li um artigo muito bom (Leia a matéria clicando aqui)  no site do Yahoo em que o colunista Walter Hupsel expressa bem essa situação e de como ela é uma ofensa a liberdade e a democracia. Se você pertence a uma religião que não a dominante, é obrigado a viver sob os dogmas dela, a sofrer as punições e moralidades impostas por ela?

O ideal de um regime democrático seria a criação de um Estado laico, em que ele não se baseia em doutrina alguma para suas diretrizes, mas é uma ideia utópica aqui em nossa terra.
Vejam bem, sou contra um Estado que tenha qualquer ligação com religião, mesmo eu sendo católica. Se você não é católico provavelmente concordará com o artigo a seguir, e se você for, apenas tente imaginar vivendo em um país que prega na legislação coisas que sua religião não concorda, e a religião que não é a sua fica interferindo e dizendo o que é certo e errado.

O papa recentemente declarou que o uso de preservativos é aceitável em algumas condições, (Leia a matéria clicando aqui)o que ainda que retrógrado, já evidencia um grande passo da Igreja em se atualizar e ver a realidade como é. Mas aqui no Brasil ainda há caminhos a percorrer.



quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Harry Potter

"Nenhum lugar é seguro"

Está em cartaz nos cinemas, o penúltimo filme da saga de Harry Potter: Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1. Pra quem não sabe, o último livro foi dividido em 2 filmes pra ser mais fiel a historia e também - é claro - lucrarem mais, mas deixemos esses aspectos pra depois. Este filme é, de longe, melhor do que o anterior (Harry Potter e o Enigma do Príncipe), está sendo muito elogiado pela crítica, o público tem saído muito satisfeito e este é o filme mais fiel ao livro da saga inteira - até agora. Os livros venderam milhões de exemplates no mundo todo, virou mainstream, e fica double mainstream em época de lançamento de algum dos filmes. Normalmente os mais xaropes caem em cima do que é mainstream, o que é um tremendo equívoco e arrogância, pois um livro tão enriquecedor se tornar popular é um avanço louvável, principalmente no Brasil, em que não se tem o hábito da leitura.


Mas não é sobre isso que vim falar aqui. Harry Potter me remete a mais completa nostalgia com muitas lembranças felizes da minha adolescência. Após conversar com várias pessoas me descobri envolvida de muita gente que compartilhava isso comigo: muitos de nós, hoje com 20 e poucos anos, crescemos com esse bruxo...

Eu cresci mais ou menos junto com ele, devorava o livro em dias, me emocionava e contava no calendário pro próximo lançamento e assim foi até acabar. Ninguém que eu conhecia lia Harry Potter, era meu refúgio, meu porto seguro onde ainda havia esperança, caráter, luta do bem contra o mal, além dos dramas de todo jovem, meu "cantinho" inalcançável e mágico. Não tem explicação racional pra quem viu Harry, Rony e Hermione pequenos e bobinhos virarem bruxos adultos, seguros e complexos.

E qual o valor que Harry Potter tem sobre a vida de alguém?

Bom, além de ser uma história ingênua, no sentido de ser pura e não ignorante, ela retoma muito valores de lealdade, bondade, justiça e, sobretudo, amizade. Muita coisa acontece, coisas drásticas, brigas, mortes, responsabilidades, mas a amizade sempre prevaleceu, do começo ao fim da história, e fica claro que nenhum deles sobreviveria sem os amigos. Os valores passados na história têm uma pureza tão linda que penso que pode influenciar positivamente quem o lê. Acho que de alguma forma fizeram parte da minha história e me ajudaram a constituir a pessoa que sou agora, pois embora seja uma fantasia no enredo, ela consegue ser simultaneamente tão real em suas complexidades e particularidades dos personagens, que mostra que há a possibilidade SIM, de ser bom, justo e leal.


Essas coisas em um mundo tão egocêntrico e superficial da atualidade é um remédio deliciosamente útil, porque deixa dentro de nós depois que lemos uma espécie de ponta de esperança na humanidade.


Enfim, particularmente sempre fui e sempre serei fascinada por Harry Potter, principalmente os livros que trazem muito mais magia e fantasia, recomendo a qualquer pessoa de qualquer idade, mas se você não cresceu nessa época junto com ele, o seu Harry Potter não será o mesmo que o meu. Mas ainda vale a experiência, pois o MÁGICO desta saga não se resume a feitiços, mas também a transformações dentro de nós mesmos. Esse feitiço é tão irreversível quanto Avada Kedrava.



"Eu voltei... agora é pra ficar... Porque aqui, aqui é o meu lugar"

Mais de um ano depois, retorno com o La Patusca de vez, e isso é tão certo quanto a breguice da música acima. Bem-vindos de volta patuscada!