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"Nada me afeta, nada me importa, nada faz sentido e nada faz diferença... Não há mais nada que se fazer aqui. Tentei, tentei e tentei... é claro que é possível se tentar mais do que isso, mas não estou disposta a correr o risco... posso pôr um fim nisso de modo muito mais rápido e eficaz... Posso fugir o mais longe que a ciência poderia me levar... ainda sim seria insuficiente... aquilo que fujo está mais próximo do que pensei, mas não consigo encontrar... Minha fuga é muito mais que material... necessito atingir outro estado, num último lampejo de esperança... Como será que é?
O que há, afinal de contas, depois daqui, se é que há de fato alguma coisa... Será que dói? Enfim, não importa, descobrirei mais cedo ou mais tarde mesmo... Ou não. Mas isso não vem ao caso. Não sou capaz nem ao menos de sentir tristeza ou raiva. Não sinto nada. Absolutamente nada em parte alguma. E isso mesmo devia doer, mas não o faz. Não quero isso mais. Quero sentir. SENTIR. De uma forma ou de outra, não existo senão sinto.
Não. Espere. Sinto sim uma única coisa. Desespero. Nada mais. Nem vontade de dormir até mais tarde, de comer um Big Mac, de zombar do irmão mais novo... Nada. Somente o mais genuíno e completo desespero. Desespero por sentir, por brigar, amar, odiar, dar risada... Mas chega de esperar que venha sozinho..."
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Lembranças...
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Sentimentos
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