segunda-feira, 15 de junho de 2009

Queda


É como se nunca houvéssemos nos separado. Espiritualmente, pelo menos. Abismo que já perdurou entre nós, abalando minha segurança, ventando forte sobre minhas estruturas, agora não passa de um suave toque gelado em meu rosto. O desespero me fez pular esse abismo. Tudo ou nada. Caí ininterruptamente até algum lugar desconhecido. Valia a pena, ou deveria valer. Como era alto... será que havia fim? O que seria esse fim? Gritando para ninguém ouvir, me dei conta de que estava sozinha, mas que isso de algum modo era reconfortante pois ninguém presenciaria meu erro. Arrependimento me ocorreu por uma fração de segundo, e percebi que era quase óbvio que um ato desse fosse sentido assim. Mas passou, tão logo quanto meu fôlego acabava e recomeçava cada vez mais forte e cortante sobre o silêncio ensurdecedor. Perdi as forças, aquilo não parecia mais ter fim, e a ausência de tudo, de luz, de som, de movimento esmagava meus sentidos, e senti como se a qualquer momento fosse explodir, tão silenciosamente quanto caí ali... Já não esperava nada, entorpecida por minhas próprias escolhas, até que em meio a escuridão, cheguei ao fundo do abismo, tão desprovido de vida quanto todo o resto. Imóvel, logo perdi totalmente o pouco controle que me restava sobre meu corpo, quando sem aviso, alguma coisa morna inundou meu rosto e todo o resto, me deixando imersa naquele corpo que não mais me pertencia. Todo o ar daquele lugar pareceu insuficiente para meus pulmões, despedaçados, respirando fervorosamente tentando conter espasmos barulhentos que ecoavam paredes acima, para o nada. Minhas mãos trêmulas que inutilmente tentavam enxugar lágrimas de uma fonte sem fim, foram afagadas por mãos frias na escuridão. Congelei. Alguém estava ali, talvez vendo e com certeza ouvindo o meu desmoronamento. Por um momento nada se moveu além das lágrimas pingando sob meu rosto, e sem cerimônia, um abraço quente me envolveu... um abraço intenso e urgente me despertou e totalmente voluntários, meus braços o envolveram de volta, esse estranho não tão estranho, que cheirava tão familiar... O reconhecimento e a incredulidade tomaram conta de mim, quando vi que era você ali, com mãos tão frias quanto eu toda, me abraçando tão forte quanto podia, tentando extrair aquilo de dentro de mim, e então tive certeza que valeu mesmo a pena... Você pulou também, mas o fez depois de mim... não tenho idéia do que na verdade possa ter feito essa sua decisão ser tomada, e admito que isso me consome por dentro, não posso evitar, mas não importa no fim das contas, porque você pulou. Nossos caminhos se cruzaram novamente quando não parecia mais possível, quando incluvise eu deixei de acreditar nisso e apostei tudo o que eu tinha em um vazio que tomou conta... O fundo do abismo que ninguém poderia transformar em qualquer coisa que fosse, você transformou... a ausência de toda a vida em cores, movimento, plural, música e amor, demasiado amor... Amor sentido e não mais doído... e juntos, nos abraçamos por um longo tempo em um lugar que tempo não significa nada, na tentativa desesperada denos fundir um no outro, nos conectar mais do que era fisicamente possível, para não desperdiçar um centímetro sequer, para absorver o outro na sua pele. Aquilo que nos separava antes, agora nos une, com mais intensidade do que nunca, porque você veio comigo, resgatou tudo aquilo que podia e que não parecia 'resgatável', me resgatou! E agora nosso pequeno abismo floresce lindo, colorido e imperfeito, com mais Eu Te Amo´s subentendidos do que ditos, como era antes e como deve ser...

10 comentários:

Fernanda Sandrini disse...

Oi Juh,
Mais uma vez obrigada pelo comentário, fiquei muito feliz ao saber que posto bastante coisas. Muito obrigada pelo carinho.
beijos

adenilson disse...

sinceramente..adorei a sensibilidade e contextualidade do seu texto.
parabens como sempre..
e dona patusca

aliás mudei de endereço.
sai do spaceblog e migrei pro blogspot..
to tentando pegar alguns posts do bagageiro pra por no blogger mas vamos v q q dá..
o novo endereço ?

www.bocadekabide.blogspot.com

espero você lá
abraço e vivaaaaaa
[antes tarde q nunk]
kkkkkkkk

adenilson disse...

é q tem pessoas q quando dão risada...ficam com a bok num formato d cabide sabe
kkkkkkkk
elas nao deixaram por as imagens delas no blog mas um dia vão deixar e tdo ficará mais claro
kkkkkkk
o outro nome q fikou em segundo lugar foi blog com limão

adenilson disse...

hehe bom passando pra avisar q quando a senhorita atualizar me grite asism como eu

atualizei o
www.bocadekabide.blogspot.com

espero vc lá sera bm vind xD~
aliás boca de cabide pq quando a pessoa sorri..algumas tem uma boca parecida com um cabide
aiosjoiasjioasja
ótima segunda
abraço


aisjaiosjais..
e q o cqc hoje volta a ser ao vivo [aleluiaaaaaaaaaaaaaaaa...]

Gabriela Castro disse...

Gostei muito do texto. A maneira como escreve me permite ver a cena claramente. Parabéns!

Flavih A. disse...

Adorei teu post.
Chega suspirei. =D

Beijos.!

adenilson disse...

meu nome é enorme mas seu texto
*-*

mas li e achei lindo..

alías mudando d assunto
ta tirando CNH ?
aah meu deeeeus
aisjaoisjoais
e tá perdoada pela demora.
se sempre q vc voltar ecsver ótimos textos assim..
sensaiconal
o/

o blog como sempre.
ótima semana!...
eo
www.bocadekabide.blogspot.com
tá atualizadim
passe lá quando puderes =]

Unknown disse...

que saudade se suas palavras, ben intenso tudo e bem detalhado, !

@kobinha disse...

Lindo texto, palavras profundas de sentimentos abertos... Parabens!

Obrigada pela visita ao Palavras, volte sempre q puder, ser bem vinda.
abraço!

Pamela Kenne disse...

Ótimo texto, adorei o final, lendo eu senti o desejo deles de se fundirem um no outro, lindo texto mesmo, voce que escreveu? escreve muito bem!